quinta-feira, 17 de outubro de 2013
"Amor é um bicho estranho. É algo que começa bagunçando o estômago, trazendo sintomas que mais parecem doença, mas que nos deixam viciado. Amor é droga. Substância líquida que nos deixa loucos de felicidade, de tristeza, de saudade, de preocupação, de tudo o que você imaginar. Amor é céu e inferno. Lugar comum, paraíso de poucos e sonhado por muitos. Amor é confusão. Agonia por se misturar ao outro como se ele fosse parte de nós mesmo, um corpo estranho dentro de nós, mas que não queremos tirar de lá. Recusamos à solidão da individualidade, depois de descobrir a solidão à dois. Amor é não entender, mas tentar. Descobrir o que o outro pensa, tentar transmitir o que nós pensamos e chegar a um acordo. Ajustes constantes. Amor é mecânica. Consertar defeitos, aprimorar qualidades e potencializar o que pode vir a ser. Amor é planejamento. Mapas, planilhas, gráficos. É calcular todo dia os ganhos, as perdas, o que pode ser e o que nunca vai poder. Amor é silêncio. Comunicação não verbal, compreensão dos sinais que aparecem naquele brilho diferente do olhar. Amor é transtorno psiquiátrico. Bipolaridade de odiar o outro por quase um segundo, mas depois amar mais do que antes. Amor é insegurança. Pelo medo de perder, pelo medo do fracasso, pelo medo de perder o controle e ser levado a algum ponto sem volta. Amor é pressa, é saudade diária, é aquela mágoa bandida, é felicidade clandestina. Amor é o oposto do cansaço, é transformação diária, compreensão, oposto. Volta ao começo, recomeço."
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